terça-feira, novembro 28, 2006

A primeira febre a gente nunca esquece!




Filho,

Nesse mês você teve sua primeira febre! Acontece que você tomou vacinas da paralisia infantil, tetra, rotavírus e pneumocócica.
O médico já tinha avisado que você poderia ter febre mas acho que no fundo eu achei que você não teria nada e fiquei tranqüilo.
Nossa, foi fogo (literalmente). Você ficou gemendo e tremendo, deixando eu e sua mãe desesperados! Corri para comprar um Tylenol Bebê, mas a febre não baixava! Acho que colocamos o termômetro umas dez vezes.
Para completar estava um calor enorme e já não sabíamos se você estava quente de febre ou pelo tempo. Ficamos a noite toda te segurando e ninando, mas a temepratura só baixou quando colocamos as compressas receitadas pela sua avó Terezinha.
Depois de melhorar, você dormiu muito e voltou a sorrir, para nosso alívio.
Como já se passaram uns dias, hoje até acho que foi uma reação normal, mas na hora fiquei tão precocupado que até briguei com sua mãe, achando que ela não te deu atenção! Logo ela, que sempre está pronta para te atender e ficou tão preocupada como eu.
Na verdade, te ver doente foi a pior sensação que já tive na minha vida. Minha vontade era sentir e sofrer toda a sua dor por você. Você ainda é tão novinho e frágil! Logo veio um medo de te perder e outros pensamentos horríveis que nem vale a pena escrever para você.
Agora, prefiro confiar que você será forte e saudável e que as doenças, desilusões etc te farão crescer e melhorar, sempre.
Espero voltar com assuntos mais saudáveis.

Te amo filho!

Até a próxima.

Papai

quarta-feira, novembro 15, 2006

Nem tudo são flores...

Filho, hoje você teve uma cólica daquelas e ficou choroso a manhã toda.
Depois que sua mãe conseguiu te acalmar com uma mamada e doses de remedinho para cólica fiquei pensando na angústia de não poder aliviar todos os seus medos e dores.
Segundo os livros e seu médico, as "cólicas" são normais. Não se sabe exatamente o que as causa (por isso não se tem um remédio efetivo), mas parece que trata-se de uma simples manifestação de seu sistema nervoso que ainda não está maduro.
Tá, beleza, mas e a agonia de te ver chorando forte, de repente, as vezes até ficar todo vermelho, meio sem ar?
A mesma sensação tive quando você pegou seu primeiro resfriado. Sempre convivi com a minha gripe, um funga-funga quase constante, com algumas crises de asma mas recentes. Talvez por isso, considero isso normal, quase uma parte de mim e graças a um tratamento homeopático e uma tentativa de uma vida mais saúdavel vou vivendo e tocando a bola em frente.
Agora, quando você ficou com o nariz entupido e apesar do ritual das mantinhas, macacão de plush, rinosoro, inalação etc não havia sinais de melhora e você passou a dormir com mais dificuldade me convenci que realmente não conseguiria resolver imediatamente seus problemas (seu médico falou que você só melhoraria em alguns dias - que foi o que aconteceu).
Além disso, seus avós e demais conselheiros de plantão sempre tem uma receita milagrosa, que eu e sua mãe não estamos querendo aplicar porque somos teimosos e malvados com você blá-blá-blá...
Sinceramente, acho que temos que desncanar. Claro, sempre estaremos correndo e tentando que você tem o maior carinho e afeto necessários.
Porém, as cólicas, gripes e percalços são inevitáveis na vida, por mais que doa em nós a impossibilidade de ajudar. Tenho certeza que passando por isso você ficará cada dia mais forte e saudável para encarar a vida de frente, com coragem e bom humor.
Saiba que, mesmo depois de já grandinho, sempre você terá um colhinho, um leitinho/sopinha/chazinho quentinho sempre que precisar.
Pode contar.
Te amo fiho!
Até a próxima
Papai

terça-feira, novembro 14, 2006

Mamãe Giuliana


Filho, acho bacana te apresentar as pessoas da sua família e acho que o mais justo é começar por onde tudo começou: da melhor mamãe do mundo (tenho certeza de que você concordará com tal qualificação). A sua mãe é segunda filha das três da família Bastos. Suas tias Fabiana e Carol e seu tio Ivaldinho completam a prole dos vovôs Terezinha e Ivaldo. Segundo sua vó, a mamãe era um bebê bem manhoso, que só dormia enquanto ela segurava sua mãozinha. Era só largar para começar o berreiro! Seu vô Ivaldo conta que a mamãe era super risonha e fofinha, gostava de brincar e subir no muro da casa (a mansão Bastos, que continua firme e forte até hoje). Nas brincadeiras com os irmãos a Giu sempre levava a pior. Ou era passada para trás por suas irmãs (sempre espertas e arteiras) ou levava agarrões e beliscões do tio Ivaldinho. Eles contam que num pega-pega no prédio onde a mamãe morou um tempo, ela escorregou e quebrou uma porta de vidro que, por puro milagre, não causou nenhum arranhão. E em outra brincadeira de corrida em casa, ela caiu de cara num janelão de vidro, mas só teve um cortezinho no nariz (a mamãe tem a cicatriz até hoje!). Um drama que continua até hoje é a demora para comer e se arrumar para sair. Na correria dos quatro filhos, a vó conta que a mamãe chegava a chorar porque tinha que comer logo para não chegar atrasada (na verdade, acho que nunca chegaram no horário em nenhum compromisso – e não era pelo atraso da mamãe não...) Conheci sua mãe com uns onze anos de idade, no Clube Atlético Ypiranga. A primeira lembrança que eu tenho dela é de uma menina baixinha e morena, bonita, simpática, inteligente e com um sorriso lindo. Logo, seu tio Ivaldo virou meu melhor amigo e passei a freqüentar a casa deles e cada vez mais fui me encantando com sua mãe. Apesar de ser irmã de meu melhor amigo, não consegui e pedi sua mãe em namoro duas vezes, ainda nessa época de bailinhos da vassoura, onde sempre dava um jeito de dançar juntinho com a mamãe. Ainda não sei o porquê, mas ela não aceitou, apesar dos bilhetes, sorvetes e apelos... O legal foi que nos tornamos amigos, pois tínhamos muitos gostos em comuns. Eu e ela gostávamos de livros, músicas, filmes, porém devo confessar que eu tinha um gosto mais “trash” do que o da mamãe. Ela era uma série adiantada e foi quando ela entrou para o colegial que nossa proximidade aumentou. Na verdade foi uma fase de grandes mudanças para ela. A mãe, que sempre foi muito tímida, recatada e meio CDF, soltou-se nas aulas de português da Professora Sueli e ajudou a fundar o Grêmio Estudantil no Colégio São Francisco Xavier (nossa escola aqui no Ipiranga) e formou um grupo de teatro. Até hoje ela se orgulha de ter contrato o Samir Yazbek, nosso professor que atualmente é um dramaturgo de sucesso (já ganhou o Prêmio Shell e escreveu várias peças legais, além de ser nosso padrinho de casamento). Nas férias desse período, como era de costume, as famílias decidiram passar o ano novo lá na Praia Grande, na Vila Caiçara. Antes da viagem, eu e um amigo, o Thiago, tínhamos combinado que iríamos tentar pedir a sua mãe em namoro. Como já tinha tomado dois foras, concordei que ele tentasse primeiro. Logo que chegamos, fomos para a pracinha e o Thiago a chamou para dar uma volta. Fiquei na minha, junto com o Ivaldo e meus irmãos, mas dez minutos depois, o Thiago volta e vem na minha direção xingando: “Ela gosta de você, p..., f..., #@#$%” e sua mãe atrás: “Não, não é isso...” Convidei ela para uma volta na praia e disse que só ficaria com ela para se fosse para namorar. Ela aceitou e nos beijamos numa noite linda de lua cheia para surpresa e alegria da família (acho que já tinham planos para nós). Namoramos 8 anos e depois casamos em 06 de outubro de 2000 e seguimos firme até hoje (claro, tivemos momentos difíceis, como todo casal, mas essa parte te conto depois). Sempre sonhamos muito em ter você. A correria, falta de grana e outros problemas atrasaram sua chegada, que hoje, tenho certeza, veio na hora certa. Já te amávamos bem antes de você nascer. Sua mãe, desde a gravidez, foi super disciplinada e cuidadosa, procurava evitar os excessos e comer coisas saudáveis e nutritivas para te alimentar. Ela sempre conversava com você e era fácil sentir seus chutes. Cada consulta, cada ultrassom era uma alegria. Sua mãe gostava de conversar com você e te colocar músicas no fone de ouvido na barriga dela. Toda noite, eu massageava a barriga dela e me divertia com seus movimentos. Hoje, depois do nascimento, ela sempre está de prontidão para suas mamadas e chamegos. Continua se cuidando, comendo coisas que não sejam ruins para seu leite e adora te apertar e cantar musiquinhas para você. Te ver com ela me dá a certeza de que você terá todo o carinho e amor do mundo para ser forte, saudável e feliz, se Deus quiser. Pode deixar que, no que depender da mamãe, nunca vai faltar amor e carinho para você. Tenho certeza de que, quando você crescer, será tão apaixonado por ela quanto eu. Espero que você tenha a mesma sorte que eu tive de ter conhecido essa mulher incrível que me deu a maior alegria que eu tenho na vida: VOCÊ! Até a próxima, filho! Te amo! Papai

sexta-feira, novembro 10, 2006

1 mês de fraldas, mamadas, vacinas e muita correria...















Filho, no dia 19 de outubro você fez seu primeiro “Mênisversário”.
Não fizemos festa e nem bolo, mas você teve uma consulta superlegal no seu pediatra o Dr. Fernando (amigo da turma da sua mãe do Colégio onde a gente estudou, aqui no Sanfra do Ipiranga, também conhecido como “Fê”).
Para nossa alegria, você ganhou peso e cresceu um pouquinho (estava com 4.230 kg e 53,5 cm).
Estava superbem, saudável, mamando legal e sem nenhum problema. Apesar disso, novamente fizemos um monte de perguntas, já pré-selecionadas em seu caderninho médico (na verdade, trata-se de um caderninho onde sua mãe anota todas as coisas que rolam, tipo ritmo das mamadas, cólicas, dias que você não dormiu legal, tipo um diário).
Nesse primeiro mês, você usou cerca de duzentas fraldas (como são descartáveis, não tenho certeza exata do número). Para você ter uma idéia, por dia, você troca de fralda em média de 5 a 8 vezes (fora quando não precisa trocar o body e/ou o macacão e o mijão).
Agora, o que realmente cortou meu coração foi dar a sua primeira vacina que rolou logo depois da sua primeira consulta no pediatra, com três dias de vida (nossa, parece que foi ontem!).
Seu tio Ivaldo foi ao postinho da Vila Mariana para abrir caminho e agilizar o processo e logo depois me deu o toque para te levar. Atravessei a Maurício Klabin e subi a rampa, morrendo de medo de você pegar alguma doença do pessoal que estava amontoado na espera. A enfermeira foi legal, mas depois de te deitar na maca, tive que segurar seu bracinho e sua perninha para que ela desse a picadinha. Você quase não chorou, mas confesso que foi um sofrimento para mim ver aquela agulha, quase do seu tamanho, no seu corpinho tão pequenino... Claro que é para seu bem, mas que dá dó, isso dá!
Triste também foi ter que voltar a trabalhar. Tirei férias uma semana antes de você nascer e curti muito essas três primeiras semanas de período integral contigo. Até me empolguei e pretendia te escrever todo dia, mas bastou uma semana, para eu começar a velha doideira de sempre.
Como você já deve ter percebido, foi humanamente impossível te escrever todo dia, porém continuo arrumando um tempinho para ficarmos juntos, seja num colinho, numa troca de fralda, na hora do banho, não importa, o que vale e poder estar contigo sempre.
Na verdade essa está sendo uma grande aflição para mim. Continuar trabalhando na correria e tentando ligar pra ter notícias suas e torcer para chegar e poder ficar mais um pouquinho contigo.
Muitas vezes, não consigo te escrever, não consigo fazer esteira (espero e torço muito para que você não seja gordinho, para não sofrer por causa de comida) e às vezes mal consigo te por para dormir. Mas sem esse trabalho não podemos continuar pagando nossa casinha e construída nossas coisas que um dia ficarão tudo para você e para seus irmãos que logo chegarão.
Cada sorriso seu preenche meu dia e cada dia que te vejo te acho mais forte, feliz e bonitão!
Realmente, tenho muita sorte na vida.
Te amo filho!
Até a próxima
Papai