terça-feira, novembro 14, 2006

Mamãe Giuliana


Filho, acho bacana te apresentar as pessoas da sua família e acho que o mais justo é começar por onde tudo começou: da melhor mamãe do mundo (tenho certeza de que você concordará com tal qualificação). A sua mãe é segunda filha das três da família Bastos. Suas tias Fabiana e Carol e seu tio Ivaldinho completam a prole dos vovôs Terezinha e Ivaldo. Segundo sua vó, a mamãe era um bebê bem manhoso, que só dormia enquanto ela segurava sua mãozinha. Era só largar para começar o berreiro! Seu vô Ivaldo conta que a mamãe era super risonha e fofinha, gostava de brincar e subir no muro da casa (a mansão Bastos, que continua firme e forte até hoje). Nas brincadeiras com os irmãos a Giu sempre levava a pior. Ou era passada para trás por suas irmãs (sempre espertas e arteiras) ou levava agarrões e beliscões do tio Ivaldinho. Eles contam que num pega-pega no prédio onde a mamãe morou um tempo, ela escorregou e quebrou uma porta de vidro que, por puro milagre, não causou nenhum arranhão. E em outra brincadeira de corrida em casa, ela caiu de cara num janelão de vidro, mas só teve um cortezinho no nariz (a mamãe tem a cicatriz até hoje!). Um drama que continua até hoje é a demora para comer e se arrumar para sair. Na correria dos quatro filhos, a vó conta que a mamãe chegava a chorar porque tinha que comer logo para não chegar atrasada (na verdade, acho que nunca chegaram no horário em nenhum compromisso – e não era pelo atraso da mamãe não...) Conheci sua mãe com uns onze anos de idade, no Clube Atlético Ypiranga. A primeira lembrança que eu tenho dela é de uma menina baixinha e morena, bonita, simpática, inteligente e com um sorriso lindo. Logo, seu tio Ivaldo virou meu melhor amigo e passei a freqüentar a casa deles e cada vez mais fui me encantando com sua mãe. Apesar de ser irmã de meu melhor amigo, não consegui e pedi sua mãe em namoro duas vezes, ainda nessa época de bailinhos da vassoura, onde sempre dava um jeito de dançar juntinho com a mamãe. Ainda não sei o porquê, mas ela não aceitou, apesar dos bilhetes, sorvetes e apelos... O legal foi que nos tornamos amigos, pois tínhamos muitos gostos em comuns. Eu e ela gostávamos de livros, músicas, filmes, porém devo confessar que eu tinha um gosto mais “trash” do que o da mamãe. Ela era uma série adiantada e foi quando ela entrou para o colegial que nossa proximidade aumentou. Na verdade foi uma fase de grandes mudanças para ela. A mãe, que sempre foi muito tímida, recatada e meio CDF, soltou-se nas aulas de português da Professora Sueli e ajudou a fundar o Grêmio Estudantil no Colégio São Francisco Xavier (nossa escola aqui no Ipiranga) e formou um grupo de teatro. Até hoje ela se orgulha de ter contrato o Samir Yazbek, nosso professor que atualmente é um dramaturgo de sucesso (já ganhou o Prêmio Shell e escreveu várias peças legais, além de ser nosso padrinho de casamento). Nas férias desse período, como era de costume, as famílias decidiram passar o ano novo lá na Praia Grande, na Vila Caiçara. Antes da viagem, eu e um amigo, o Thiago, tínhamos combinado que iríamos tentar pedir a sua mãe em namoro. Como já tinha tomado dois foras, concordei que ele tentasse primeiro. Logo que chegamos, fomos para a pracinha e o Thiago a chamou para dar uma volta. Fiquei na minha, junto com o Ivaldo e meus irmãos, mas dez minutos depois, o Thiago volta e vem na minha direção xingando: “Ela gosta de você, p..., f..., #@#$%” e sua mãe atrás: “Não, não é isso...” Convidei ela para uma volta na praia e disse que só ficaria com ela para se fosse para namorar. Ela aceitou e nos beijamos numa noite linda de lua cheia para surpresa e alegria da família (acho que já tinham planos para nós). Namoramos 8 anos e depois casamos em 06 de outubro de 2000 e seguimos firme até hoje (claro, tivemos momentos difíceis, como todo casal, mas essa parte te conto depois). Sempre sonhamos muito em ter você. A correria, falta de grana e outros problemas atrasaram sua chegada, que hoje, tenho certeza, veio na hora certa. Já te amávamos bem antes de você nascer. Sua mãe, desde a gravidez, foi super disciplinada e cuidadosa, procurava evitar os excessos e comer coisas saudáveis e nutritivas para te alimentar. Ela sempre conversava com você e era fácil sentir seus chutes. Cada consulta, cada ultrassom era uma alegria. Sua mãe gostava de conversar com você e te colocar músicas no fone de ouvido na barriga dela. Toda noite, eu massageava a barriga dela e me divertia com seus movimentos. Hoje, depois do nascimento, ela sempre está de prontidão para suas mamadas e chamegos. Continua se cuidando, comendo coisas que não sejam ruins para seu leite e adora te apertar e cantar musiquinhas para você. Te ver com ela me dá a certeza de que você terá todo o carinho e amor do mundo para ser forte, saudável e feliz, se Deus quiser. Pode deixar que, no que depender da mamãe, nunca vai faltar amor e carinho para você. Tenho certeza de que, quando você crescer, será tão apaixonado por ela quanto eu. Espero que você tenha a mesma sorte que eu tive de ter conhecido essa mulher incrível que me deu a maior alegria que eu tenho na vida: VOCÊ! Até a próxima, filho! Te amo! Papai

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