terça-feira, novembro 28, 2006

A primeira febre a gente nunca esquece!




Filho,

Nesse mês você teve sua primeira febre! Acontece que você tomou vacinas da paralisia infantil, tetra, rotavírus e pneumocócica.
O médico já tinha avisado que você poderia ter febre mas acho que no fundo eu achei que você não teria nada e fiquei tranqüilo.
Nossa, foi fogo (literalmente). Você ficou gemendo e tremendo, deixando eu e sua mãe desesperados! Corri para comprar um Tylenol Bebê, mas a febre não baixava! Acho que colocamos o termômetro umas dez vezes.
Para completar estava um calor enorme e já não sabíamos se você estava quente de febre ou pelo tempo. Ficamos a noite toda te segurando e ninando, mas a temepratura só baixou quando colocamos as compressas receitadas pela sua avó Terezinha.
Depois de melhorar, você dormiu muito e voltou a sorrir, para nosso alívio.
Como já se passaram uns dias, hoje até acho que foi uma reação normal, mas na hora fiquei tão precocupado que até briguei com sua mãe, achando que ela não te deu atenção! Logo ela, que sempre está pronta para te atender e ficou tão preocupada como eu.
Na verdade, te ver doente foi a pior sensação que já tive na minha vida. Minha vontade era sentir e sofrer toda a sua dor por você. Você ainda é tão novinho e frágil! Logo veio um medo de te perder e outros pensamentos horríveis que nem vale a pena escrever para você.
Agora, prefiro confiar que você será forte e saudável e que as doenças, desilusões etc te farão crescer e melhorar, sempre.
Espero voltar com assuntos mais saudáveis.

Te amo filho!

Até a próxima.

Papai

quarta-feira, novembro 15, 2006

Nem tudo são flores...

Filho, hoje você teve uma cólica daquelas e ficou choroso a manhã toda.
Depois que sua mãe conseguiu te acalmar com uma mamada e doses de remedinho para cólica fiquei pensando na angústia de não poder aliviar todos os seus medos e dores.
Segundo os livros e seu médico, as "cólicas" são normais. Não se sabe exatamente o que as causa (por isso não se tem um remédio efetivo), mas parece que trata-se de uma simples manifestação de seu sistema nervoso que ainda não está maduro.
Tá, beleza, mas e a agonia de te ver chorando forte, de repente, as vezes até ficar todo vermelho, meio sem ar?
A mesma sensação tive quando você pegou seu primeiro resfriado. Sempre convivi com a minha gripe, um funga-funga quase constante, com algumas crises de asma mas recentes. Talvez por isso, considero isso normal, quase uma parte de mim e graças a um tratamento homeopático e uma tentativa de uma vida mais saúdavel vou vivendo e tocando a bola em frente.
Agora, quando você ficou com o nariz entupido e apesar do ritual das mantinhas, macacão de plush, rinosoro, inalação etc não havia sinais de melhora e você passou a dormir com mais dificuldade me convenci que realmente não conseguiria resolver imediatamente seus problemas (seu médico falou que você só melhoraria em alguns dias - que foi o que aconteceu).
Além disso, seus avós e demais conselheiros de plantão sempre tem uma receita milagrosa, que eu e sua mãe não estamos querendo aplicar porque somos teimosos e malvados com você blá-blá-blá...
Sinceramente, acho que temos que desncanar. Claro, sempre estaremos correndo e tentando que você tem o maior carinho e afeto necessários.
Porém, as cólicas, gripes e percalços são inevitáveis na vida, por mais que doa em nós a impossibilidade de ajudar. Tenho certeza que passando por isso você ficará cada dia mais forte e saudável para encarar a vida de frente, com coragem e bom humor.
Saiba que, mesmo depois de já grandinho, sempre você terá um colhinho, um leitinho/sopinha/chazinho quentinho sempre que precisar.
Pode contar.
Te amo fiho!
Até a próxima
Papai

terça-feira, novembro 14, 2006

Mamãe Giuliana


Filho, acho bacana te apresentar as pessoas da sua família e acho que o mais justo é começar por onde tudo começou: da melhor mamãe do mundo (tenho certeza de que você concordará com tal qualificação). A sua mãe é segunda filha das três da família Bastos. Suas tias Fabiana e Carol e seu tio Ivaldinho completam a prole dos vovôs Terezinha e Ivaldo. Segundo sua vó, a mamãe era um bebê bem manhoso, que só dormia enquanto ela segurava sua mãozinha. Era só largar para começar o berreiro! Seu vô Ivaldo conta que a mamãe era super risonha e fofinha, gostava de brincar e subir no muro da casa (a mansão Bastos, que continua firme e forte até hoje). Nas brincadeiras com os irmãos a Giu sempre levava a pior. Ou era passada para trás por suas irmãs (sempre espertas e arteiras) ou levava agarrões e beliscões do tio Ivaldinho. Eles contam que num pega-pega no prédio onde a mamãe morou um tempo, ela escorregou e quebrou uma porta de vidro que, por puro milagre, não causou nenhum arranhão. E em outra brincadeira de corrida em casa, ela caiu de cara num janelão de vidro, mas só teve um cortezinho no nariz (a mamãe tem a cicatriz até hoje!). Um drama que continua até hoje é a demora para comer e se arrumar para sair. Na correria dos quatro filhos, a vó conta que a mamãe chegava a chorar porque tinha que comer logo para não chegar atrasada (na verdade, acho que nunca chegaram no horário em nenhum compromisso – e não era pelo atraso da mamãe não...) Conheci sua mãe com uns onze anos de idade, no Clube Atlético Ypiranga. A primeira lembrança que eu tenho dela é de uma menina baixinha e morena, bonita, simpática, inteligente e com um sorriso lindo. Logo, seu tio Ivaldo virou meu melhor amigo e passei a freqüentar a casa deles e cada vez mais fui me encantando com sua mãe. Apesar de ser irmã de meu melhor amigo, não consegui e pedi sua mãe em namoro duas vezes, ainda nessa época de bailinhos da vassoura, onde sempre dava um jeito de dançar juntinho com a mamãe. Ainda não sei o porquê, mas ela não aceitou, apesar dos bilhetes, sorvetes e apelos... O legal foi que nos tornamos amigos, pois tínhamos muitos gostos em comuns. Eu e ela gostávamos de livros, músicas, filmes, porém devo confessar que eu tinha um gosto mais “trash” do que o da mamãe. Ela era uma série adiantada e foi quando ela entrou para o colegial que nossa proximidade aumentou. Na verdade foi uma fase de grandes mudanças para ela. A mãe, que sempre foi muito tímida, recatada e meio CDF, soltou-se nas aulas de português da Professora Sueli e ajudou a fundar o Grêmio Estudantil no Colégio São Francisco Xavier (nossa escola aqui no Ipiranga) e formou um grupo de teatro. Até hoje ela se orgulha de ter contrato o Samir Yazbek, nosso professor que atualmente é um dramaturgo de sucesso (já ganhou o Prêmio Shell e escreveu várias peças legais, além de ser nosso padrinho de casamento). Nas férias desse período, como era de costume, as famílias decidiram passar o ano novo lá na Praia Grande, na Vila Caiçara. Antes da viagem, eu e um amigo, o Thiago, tínhamos combinado que iríamos tentar pedir a sua mãe em namoro. Como já tinha tomado dois foras, concordei que ele tentasse primeiro. Logo que chegamos, fomos para a pracinha e o Thiago a chamou para dar uma volta. Fiquei na minha, junto com o Ivaldo e meus irmãos, mas dez minutos depois, o Thiago volta e vem na minha direção xingando: “Ela gosta de você, p..., f..., #@#$%” e sua mãe atrás: “Não, não é isso...” Convidei ela para uma volta na praia e disse que só ficaria com ela para se fosse para namorar. Ela aceitou e nos beijamos numa noite linda de lua cheia para surpresa e alegria da família (acho que já tinham planos para nós). Namoramos 8 anos e depois casamos em 06 de outubro de 2000 e seguimos firme até hoje (claro, tivemos momentos difíceis, como todo casal, mas essa parte te conto depois). Sempre sonhamos muito em ter você. A correria, falta de grana e outros problemas atrasaram sua chegada, que hoje, tenho certeza, veio na hora certa. Já te amávamos bem antes de você nascer. Sua mãe, desde a gravidez, foi super disciplinada e cuidadosa, procurava evitar os excessos e comer coisas saudáveis e nutritivas para te alimentar. Ela sempre conversava com você e era fácil sentir seus chutes. Cada consulta, cada ultrassom era uma alegria. Sua mãe gostava de conversar com você e te colocar músicas no fone de ouvido na barriga dela. Toda noite, eu massageava a barriga dela e me divertia com seus movimentos. Hoje, depois do nascimento, ela sempre está de prontidão para suas mamadas e chamegos. Continua se cuidando, comendo coisas que não sejam ruins para seu leite e adora te apertar e cantar musiquinhas para você. Te ver com ela me dá a certeza de que você terá todo o carinho e amor do mundo para ser forte, saudável e feliz, se Deus quiser. Pode deixar que, no que depender da mamãe, nunca vai faltar amor e carinho para você. Tenho certeza de que, quando você crescer, será tão apaixonado por ela quanto eu. Espero que você tenha a mesma sorte que eu tive de ter conhecido essa mulher incrível que me deu a maior alegria que eu tenho na vida: VOCÊ! Até a próxima, filho! Te amo! Papai

sexta-feira, novembro 10, 2006

1 mês de fraldas, mamadas, vacinas e muita correria...















Filho, no dia 19 de outubro você fez seu primeiro “Mênisversário”.
Não fizemos festa e nem bolo, mas você teve uma consulta superlegal no seu pediatra o Dr. Fernando (amigo da turma da sua mãe do Colégio onde a gente estudou, aqui no Sanfra do Ipiranga, também conhecido como “Fê”).
Para nossa alegria, você ganhou peso e cresceu um pouquinho (estava com 4.230 kg e 53,5 cm).
Estava superbem, saudável, mamando legal e sem nenhum problema. Apesar disso, novamente fizemos um monte de perguntas, já pré-selecionadas em seu caderninho médico (na verdade, trata-se de um caderninho onde sua mãe anota todas as coisas que rolam, tipo ritmo das mamadas, cólicas, dias que você não dormiu legal, tipo um diário).
Nesse primeiro mês, você usou cerca de duzentas fraldas (como são descartáveis, não tenho certeza exata do número). Para você ter uma idéia, por dia, você troca de fralda em média de 5 a 8 vezes (fora quando não precisa trocar o body e/ou o macacão e o mijão).
Agora, o que realmente cortou meu coração foi dar a sua primeira vacina que rolou logo depois da sua primeira consulta no pediatra, com três dias de vida (nossa, parece que foi ontem!).
Seu tio Ivaldo foi ao postinho da Vila Mariana para abrir caminho e agilizar o processo e logo depois me deu o toque para te levar. Atravessei a Maurício Klabin e subi a rampa, morrendo de medo de você pegar alguma doença do pessoal que estava amontoado na espera. A enfermeira foi legal, mas depois de te deitar na maca, tive que segurar seu bracinho e sua perninha para que ela desse a picadinha. Você quase não chorou, mas confesso que foi um sofrimento para mim ver aquela agulha, quase do seu tamanho, no seu corpinho tão pequenino... Claro que é para seu bem, mas que dá dó, isso dá!
Triste também foi ter que voltar a trabalhar. Tirei férias uma semana antes de você nascer e curti muito essas três primeiras semanas de período integral contigo. Até me empolguei e pretendia te escrever todo dia, mas bastou uma semana, para eu começar a velha doideira de sempre.
Como você já deve ter percebido, foi humanamente impossível te escrever todo dia, porém continuo arrumando um tempinho para ficarmos juntos, seja num colinho, numa troca de fralda, na hora do banho, não importa, o que vale e poder estar contigo sempre.
Na verdade essa está sendo uma grande aflição para mim. Continuar trabalhando na correria e tentando ligar pra ter notícias suas e torcer para chegar e poder ficar mais um pouquinho contigo.
Muitas vezes, não consigo te escrever, não consigo fazer esteira (espero e torço muito para que você não seja gordinho, para não sofrer por causa de comida) e às vezes mal consigo te por para dormir. Mas sem esse trabalho não podemos continuar pagando nossa casinha e construída nossas coisas que um dia ficarão tudo para você e para seus irmãos que logo chegarão.
Cada sorriso seu preenche meu dia e cada dia que te vejo te acho mais forte, feliz e bonitão!
Realmente, tenho muita sorte na vida.
Te amo filho!
Até a próxima
Papai

quarta-feira, outubro 11, 2006

O primeiro dia do resto de nossas vidas



Filho, se a sua gravidez foi tranqüila, seu nascimento teve todas as emoções que se esperam desse momento.
Estávamos eu e sua mãe, calmamente, assistindo os últimos episódios da 2ª temporada de "Lost" (tenho certeza de que você também será fã, já que acompanhou toda a série conosco, na gravidez).
Como já estava próximo da data de previsão do seu parto, decidimos intensificar o ritmo e assistir a todos os episódios antes de você nascer, para podermos nos dedicar mais aos seus cuidados.
Assim, por volta das 3h de 19.09.06 (uma segunda-feira), sua mãe começou a sentir mais contrações (já estava sentindo nos dias anteriores, só que mais leves). Ao medir a intensidade e freqüência, começamos a ficar aprensivos, pois o ritmo era de uma de 40 segundos a cada cinco minutos.
Resolvemos ligar para a médica, que falou para irmos ao hospital imeditamente para que ela pudesse examinar você e sua mãe.
Pegamos as malas que já estavam prontas há quase um mês e saimos rapidamente para lá. Eu estava super ansioso, mas sua mãe, apesar das dores, estava tranqüila e feliz, sentindo a iminência de sua chegada. Ela estava tão sossegada que ainda queria terminar de assitir aos episódios antes de irmos, com o que eu obviamente não concordei.
Você não imagina o que é dirigir o carro nessa situação! Olha que eu já passei por várias situações de muita adrenalina, mas esses momentos foram realmente incomparáveis. A sensação que eu tinha era de estar transportando uma carga de nitroglicerina pura, pois não podia errar nenhum movimento e torcer para não cruzar com nenhum bêbado maluco (repare que tenho sempre uma visão supeeeer positiva das coisas!)
Chegando na Maternidade do Hospital Nossa Senhora de Lurdes, anticlimax total! Ao invés de uma maca ou de uma cadeira de rodas para que sua mãe fosse prontamente encaminhada, só havia duas recepcionistas mal-humoradas que nos pediram para aguardar e passaram a preencher toda uma cansativa papelada.
Algum tempo depois...
Eis que surge a enfermeira bocejando, mede a pressão e temperatura e..., mais um pouco de espera...
Surge uma nova enfermeira, essa sim parecia alegre e feliz em realizar esse trabalho lindo de receber uma nova pessoa nesse mundo.
Após o exame, emoção! Mamãe estava com 1 cm de dilatação e em início de trabalho de parto.
Gabriel, você pode até não acreditar mas não vi sua mãe reclamar nenhum segundo das dores do parto. Ao contrário, cada vez que ia chegando a hora de você nascer ela ia ficando cada vez mais feliz!
Fizeram um exame de cardiotoco e seu batimento estava baixo e estável. Suspeitando que você estava dormindo, tocaram uma buzina na sua orelha (isso, somado com o irritante barulho de aviões na maternidade, me faz acreditar que você não é muito fã de ambientes barulhentos).
A Dra. Silvia, médica que fez seu parto, chegou e achou preocupante o resultado do exame. Ela decidiu romper a bolsa de sua mãe e, como havia mecônio no líquido, havia suspeita de que você estivesse sofrendo. Apesar de termos planejado um parto normal e tranqüilo para você, nem deu tempo de ficarmos chateados com a notícia da necessidade de cesárea, pois seu bem-estar era o mais importante naquele momento.
Isso tudo não demorou cinco minutos. Assinei a autorização para a cesárea e sua mãe foi levada imediatamente para a cirurgia.
Como eu queria acompanhar o parto, recebi uma roupa especial que pediram que eu vestisse e aguardasse ser chamado para a cirurgia.
Olha, foram os minutos mais longos da minha vida (a roupa eu coloquei em dois segundos).
Filho, logo você perceberá que a paciência definitivamente não é minha maior virtude. Naquele momento pensava mil coisas... Será que eles estam bem? Porque está demorando? Houve algum problema? Eu ficava preocupado pois no curso de gestantes a obstetriz falou que se houvesse problema o pai não seria chamado, por razões óbvias.
Por fim, fui chamado e entrei. A cena da cirurgia não era das mais agradáveis, porém, no meio da correria e da bagunça, vi e fiquei do lado de sua mãe, que logo se preocupou com minha palidez.
Ela mais uma vez estava tranqüila, serena, parecia uma veterana de vários partos.
Segundos depois, eis que surge um pequeno ser, cabeludo e roxinho! No começo, você parecia engasgado e eu, aflito, notei o cordão amarado em seu pescoço: "Circular de cordão", disse a médica, enquanto cortavam o cordão, e você chorou, para nossa alegria e alívio. Outra frase da médica: "Nossa, ele tem mais cabelo que o pai!" Hahahaha...
Bom, piadinhas de lado, você voltou após ser rapidamente limpo e aspirado, ainda choroso, porém ao ser colocado próximo à sua mãe parou imediatamente de chorar (situação que se repete até hoje).
Primeiras medidas: 3.580 kg e 50 cm.
A partir desse momento, nunca mais nos separamos. Subi com você para o berçário, enquanto sua mãe se recuperava.
Você logo tomou seu primeiro banho, sem chorar, indicando (esperamos) que deve gostar de água como seus pais.
Quando sua mãe chegou, você já acertou a mamada de primeira. Para mim não foi surpresa pois sua mãe estava super preparada e disposta a te alimentar (valeram as aulas e os livros do período da gravidez). Até hoje e, acredito que para sempre, ela está lá, paciente e pronta para te atender.
Você passou o primeiro dia praticamente dormindo e mamando. Na verdade, era preciso acordá-lo de tão tranqüilo que você estava. Estresse mesmo, só na hora em que passavam aqueles malditos aviões perto da maternidade. Você tremia todo com o barulho das turbinas, foi horrível. Para tentar diminuir o desconforto, tampávamos seus ouvidos cada vez que um avião passava (intervalos de cinco minutos).
Você logo recebeu as primeiras visitas: Vó Cilene, tia Adriana, Vó Terezinha, Vovô Ivaldo, tio Ivaldo, a Mara e sua madrinha Carol, que viajou de Mogi só pra te ver.
Modéstia à parte, seguramente você era o bebê mais bonito daquele berçário, uma verdadeira atração no local. Apesar de meus temores, era praticamente impossível não te reconher, até porque já te tenho guardado na memória e no coração.
Dois dias depois, já estávamos de volta para casa, onde cada dia você cresce mais lindo e maravilhoso!
Você continua tranqüilo, saudável e trazendo alegria e felicidade para nossa vida!
Obrigado meu Deus por toda essa alegria!
Te amo filho!
Até amanhã!
Papai

sexta-feira, outubro 06, 2006

Lana, a sobrevivente



Gabriel, antes de continuar contando sua ainda breve história, gostaria de te apresentar sua gatinha Lana.

Há cerca de dois anos, estavámos felizes e tranquilos em nossa vidinha cotidiana, quando a Cristine, amiga da sua mãe, nos mandou um e-mail sobre uma gatinha que tinha sido abandonada na porta da casa dela, ainda recém-nascida, junto com um irmãzinho e que estava procurando donos para adotá-la.

Ambos estavam em péssimo estado de saúde e, devido ao frio e a fome causada pelo cruel abandono, o gatinho faleceu.

A Cris e seu marido Alessander cuidaram da gatinha, acolhendo-a e levando imediatamente ao veterinário que conseguiu salvá-la. Ocorre que apesar de sua grande bondade eles não tinham condições de cuidar dela, pois já tinham outras duas gatinhas.

Ao recebermos o e-mail, ficamos imediatamente apaixonados e comovidos com a história dessa gatinha. Devo confessar que sempre detestei gatos e não estava nem um pouco empolgado para adotar a bichinha.

Porém, ao vê-la pela primeira vez, tão pequena que mal cabia na palma de minha mão, não resisti e no mesmo dia a levamos para a casa e lhe batizamos de Lana.

Hoje, ela é grande, forte, feliz, carinhosa e saudável, cheia de cuidados, comidas especiais e mimos.

É verdade que ela odeia veterinários e fica completamente incontrolável nas consultas. Além disso possui um irrestível gosto pela liberdade e já caiu duas vezes da rede de proteção que colocamos para dar mais liberdade para ela.

Apesar disso tudo, não tenho dúvidas! Deus colocou essa gatinha em nossas vidas e ela é a alegria da casa. Sua avó Terezinha lhe dedica tantos cuidados quanto para você Gabriel.

Tenho certeza que a Lana também está super feliz com sua chegada e que vocês terão uma relação tão especial como a nossa com ela. Você irá se apaixonar e brincar muito com sua gatinha, que desde de já está sempre do seu lado.

Cada vez que a vejo, penso nos animais e pessoas que não tiveram a mesma chance que ela e me orgulho da oportunidade de ajudar no seu crescimento e agradeço sua presença em nossa vida.

Te amo filho!

Até amanhã

Papai

quarta-feira, outubro 04, 2006

Eu te amo Gabriel!


Filho, como você irá perceber mais tarde, seu pai não é um cara muito adepto de padrões e rotinas. Talvez por isso só voltei a escrever em seu blog depois de 15 dias de seu nascimento.
Para recuperar o tempo perdido, vou fazer um breve resumo dos acontecimentos até agora.
A sua mãe (Giu), teve uma gravidez tranquila, período em que sempre sentíamos sua presença com chutes e movimentos na barriga.
Além disso, sempre viámos você nas ultrassonografias e ficavamos emocionados acompanhando seu crescimento.
Sua mãe trabalhou bastante e após o terceiro mês ficou superdisposta e animada, aguardando sua chegada.
Para mim, foi difícil ter que viajar e não poder ficar sempre com vocês, porém tinha a certeza que você estava bem e que nasceria com saúde.
Você não imagina o quanto foi querido e aguardado pela sua família! Para seus avós Terezinha e Ivaldo você é o primeiro neto e recebeu toda atenção e carinho do mundo. Além disso, é o primeiro neto homem de seus avós João Bosco e Cilene, que já curtiram a chegada de sua prima Manuella. Os tios Ivaldinho, Carol, Fabiana, Annna, Thiago, Alfredo, Taís, Fernando também estão babando por você. A tia Carol e o Fê são seus padrinhos e sempre estarão contigo.
Quem também acompanhou cada momento seu é sua gatinha Lana, que após passar nove meses dormindo com você em cima da barriga da Giu ainda insiste em dividir seu berço ou moíses quando você está dormindo. Basta você chorar para ela vir correndo ver o que está acontecendo e quando você está mamando ela fica te guardando, deitada nós pés da Giu.
Dizem que um filho muda tudo na vida da gente e no nosso caso a mudança em nosso apê é visível. Além do quarto do Gabriel, projetado e decorado pela avós Terezinha, Cilene e pela mamãe (com uma ajuda do papai e do tio Alfredo), foram instalados armários no quarto e na cozinha que ficaram lindos, isso sem falar nas cortinas e redinhas de proteção para você e para a Lana.
Para seus pais, seu nascimento significou a realização de um sonho e o fortalecimento de uma união que cada vez eu sinto que é obra de uma força maior que nos governa, o nosso Deus todo poderoso, a quem agradeço por toda essa felicidade.
A Giu é uma mãe e esposa maravilhosa, carinhosa e paciente comigo e com você, nos choros, angústias e dores.
Sua chegada renovou minhas forças para lutar e me modificou profundamente. Tanto é que prometo te escrever todo dia, contando os primeiros momentos do resto de sua vida que nós faremos de tudo para que seja de saúde e muita alegria.
Te amo filho!
Até amanhã,
Com amor,
Papai

terça-feira, fevereiro 28, 2006

O Papai Pinguim



No filme "Marcha dos Pinguins", uma das cenas que mais me marcou foi o momento em que os papais pinguins auxiliam a fêmea, "chocando" os ovos até que elas retornem com alimento para as crias.
Nesse momento, com extremo cuidado e concentração, o casal junta seus pés, para que o ovo possa levemente deslizar para o macho que o manterá aquecido até o retorno da mamãe com a comida. Durante a espera, sob um frio intenso, os papais se esforçam para manter sua cria aquecida, fornendo alimento de sua boca para os pequenos. No final, o esforço é recompensando, com os pequeninos correndo e deslizando sobre o gelo.
Assim que vimos o trailer, eu e a Giu nos encatamos com a saga dos pinguins e ficamos loucos para ver o filme. Quando enfim conseguimos assistí-lo, já estavámos sabendo da chegada do nosso rebento.
Sabendo disso, mudei totalmente meu olhar para o filme. Me emocionei muito com as tentativas frustadas de alguns casais que não conseguiram passar o ovo para o parceiro e com a demora no retorno de algumas fêmeas. Era tocante a tristeza e decepção dos pais pelo infortúnio.
Profundamente tocado, desde então decidi tornar-me um Papai Pinguim.
Sim, pois o papai humano normalmente só acompanha o processo da gravidez de sua parceira. Para mim, isso não basta
Se não posso "chocar" nosso bebê, estou procurando participar ao máximo desse momento, cuidando para que tudo corra bem com as pessoas que mais amo na vida. Leio livros, vou em todas as consultas, converso com outros pais, procuro comprar e preparar comidas saudáveis para nós e criar uma estrutura de paz e tranquilidade para a cehgada do bebê. Só espero não exagerar, para não atormentar demais a minha esposa querida.
Sempre tive o sonho de ser pai e mal posso esperar a hora de poder segurar o bebê, amá-lo e educá-lo. Espero poder estar sempre presente, nas vitórias e derrotas. Para mim o bebê é um presente de Deus e vai mudar completamente a minha vida. A responsabilidade aumentou e a alegria vem junto com o medo de não conseguir, de faltar grana, paciência...
Apesar da grandeza do desafio, sei terei muita ajuda. Primeiro da mamãe Giu que é um modelo de força e ternura para qualquer ser humano desse planeta. Além disso, minha família e amigos certamente estarão comigo nessa jornada.
Bom, por hoje chega, pois preciso arrumar a casa e as coisas da Lana, que será objeto dos proximos capítulos...